João Branco, o profissional mais admirado de marketing no Brasil, veio para desconstruir o papel do Marketing.
“Qual é o seu trabalho?” foi a provocação que puxou o fio dessa conversa. Segundo João, o nosso mercado está repleto de profissionais e marcas que não pensam no cliente, apenas nos seus ganhos/lucros/objetivos, o que leva ao erro de fazer “marketing demais”.
“Demarketize-se” defende a ideia de marcas mais humanizadas, mais conectadas com o seu público, marcas que se tornam mais “uma amiga, e não o carro da pamonha”.
“Marketing é servir” foi a mudança de posicionamento e estratégia que transformou o McDonald’s enquanto ele esteve à frente do Marketing. A marca buscou uma real conexão com o público, mirando no público jovem/adolescente e mudando a cultura da empresa para servir bem as pessoas, e “não simplesmente vender Big Mac”.
De ações mais simples, como a mudança do nome McDonald’sMcDonalds para “Méqui”, drive thru virar drive-tudo, a criação do pote de cheddar, etc.etc, até o alto investimento em campanhas publicitárias.
João Branco lembrou que, quando outras marcas de fast food entraram no mercado, eles perderam espaço e perceberam que o McDonald’s Brasil estava fazendo o mesmo de sempre há muito tempo, com uma comunicação superficial. Para reverter, precisaram admitir o erro: o erro de fazer marketing demais. Ser mais corporativo que pessoal, só comunicando produto e preço, só pensando no resultado final.
Assim, o Mc buscou trabalhar com pessoas reais nas campanhas, mais parecidas com o público, que come como as pessoas comem. Que segura o sanduíche como as pessoas seguram. Que inventa coisas como passar a batata no sorvete. Tudo buscando essa identificação e, consecutivamente, a real conexão.
A comunicação verdadeira gera conexão real.
Muitos erros foram cometidos no caminho, mas geraram aprendizado na constância, frequência e consistência.
Com isso tudo, as dicas finais de João foram:
- Consistência: o aprendizado está na constância, na frequência e consistência das ações e estratégia.
“Não se muda a percepção de marca com uma ação pontual”.
- Marcas também choram: marcas precisam se relacionar com seu cliente como uma pessoa que se importa com o público, que se posiciona sobre o que tem a ver, mas não se posicionando sobre tudo.
“O perfeito atrai, mas o imperfeito conecta” .
- Faça da sua marca uma amiga, e não o carro da pamonha: marketing é servir, aliviar dores, melhorar a vida das pessoas. Por isso o movimento de “demarketizar” é uma revolução que se faz necessária.