Produzir conteúdo para marcas pode parecer muito mais com matemática do que as pessoas imaginam. Para cada texto, é preciso montar uma equação que combine: a temática escolhida + o objetivo da marca + o objetivo do texto em si + o tom de voz. O resultado disso é uma estratégia eficaz, que ajuda as marcas a se posicionarem da maneira que desejam.
Algumas procuram conversão, seja ela uma inscrição em uma landing page, seja a compra de um produto, seja a inscrição em uma newsletter; outras buscam criar conexão com seus consumidores por meio de experiências mais orgânicas com o conteúdo; e há ainda as que querem, exclusivamente, construir uma audiência por meio de posicionamento nos buscadores.
O elemento comum a todos esses objetivos de marca é um conteúdo de qualidade, segmentado e que ofereça a melhor experiência possível ao seu leitor, ouvinte ou espectador. OK, na teoria é tudo bonito e parece até simples. Mas como isso fica na prática, quando a realidade é que, muitas vezes, a mesma pessoa produz vários conteúdos com diferentes objetivos e para diferentes segmentos — de textos sobre remédios a roteiros sobre tecnologia, passando até por posts sobre chocolate.
A prática, meus amigos, é outra história. Para explicar sobre o tema, vou partir do princípio de que todo conteúdo (vídeo, podcast ou post nas redes sociais) tem origem em um texto. Por isso, é nesse formato que vou focar.
1º passo: dosar a energia
Quando se escreve para diferentes segmentos, o primeiro elemento da equação a ser pensado é o objetivo daquele texto em si. Isso porque, a estratégia geral da marca muitas vezes vem pronta de outros setores da empresa ou já foi pensada por você mesmo em outra ocasião.
Mas vamos ao tático: cada texto é escrito com um objetivo, para uma persona e será direcionado a uma etapa específica da jornada de experiência do seu leitor com a marca. Sendo assim, os níveis de profundidade do conteúdo mudam.
E é por isso que falo em dosar a energia. Mesmo que você esteja escrevendo sobre tecnologia Business-to-business (B2B), se o texto é para uma persona mais leiga, em seu estágio inicial de experiência com a marca, não é preciso aprofundar tanto. É possível, com rápidas pesquisas, desenvolver um conteúdo relevante e que traga algo novo para quem o está consumindo.
Abrindo um parêntese importante aqui: não importa o quão simples o texto for, ele sempre precisa ensinar algo novo a quem o consome. Só assim a conexão é gerada de verdade.
Voltando. Se o conteúdo for direcionado para alguém que já entende do assunto, é importante ter mais profundidade, fazer conexões e apresentar uma visão de especialista no assunto. Só assim, a marca conseguirá se posicionar como autoridade e alcançar seus objetivos.
Nesse caso, portanto, é preciso usar ferramentas para construir conteúdos aprofundados e relevantes.
2º passo: para gerar informação é preciso se munir de… informação
Não tem segredo, quem produz conteúdo sabe que é impossível ser especialista em todos os temas para os quais escreve. “Mas como gerar informação de valor para um público qualificado e que entende muito mais do assunto do que eu”? você pode estar pensando. A resposta para isso é: usando algumas ferramentas!
A primeira delas é um feed de notícias sobre o assunto muito bem estruturado. Existem algumas plataformas que podem ajudar com isso, como a Feedly. Procure por referências em sites especializados no assunto, consuma esse conteúdo, entenda como o público fala, quais são as notícias do setor e faça correlações.
A segunda dica é ter suas fontes de confiança. Procure profissionais que se encaixam na persona do texto e peça ajuda para validarem a pauta, os tópicos abordados ou o conteúdo final — apesar de, particularmente, achar que é mais efetivo conversar com a fonte antes de escrever o texto.
Em alguns casos, fazer uma entrevista sobre o assunto é o ideal, assim o direcional é todo dado por um especialista no tema. Mas no dia a dia não dá para fazer entrevistas para todos os textos, não é mesmo? Por isso, contar com pessoas que validem a pauta e seus tópicos pode ser de grande ajuda.
Por fim, procure entender o que o público do conteúdo consome. Busque fóruns, comunidades, canais do YouTube ou outros ambientes que essas pessoas troquem ideia. Leia os comentários, entenda o que para eles é básico e o que identificam como informação de valor. Isso vai ajudar você a ter uma ideia de como construir o texto.
3º passo: equilibre todos os pratinhos
Bom, você já tem um feed estruturado com referências do setor para o qual escreve, acompanha discussões e notícias sobre ele e tem fontes que ajudam a desenvolver conteúdos mais aprofundados. Agora multiplique isso por cinco ou seis.
Esse é o número de diferentes temáticas que um profissional de conteúdo generalista geralmente trabalha. É muita coisa. Mas com essa estrutura montada para cada um dos assuntos com os quais trabalha e organizando o dia a dia por segmento, é possível.
Uma dica é começar o dia, ou a semana, pelos assuntos mais difíceis. Assim, a cabeça ainda estará mais “fresca” para absorver os conhecimentos e colocá-los no conteúdo. Tenha momentos de pausa durante o dia para conseguir virar a chavinha e mudar de temática e, por fim, use ferramentas de organização para não se perder entre os textos e seus temidos prazos.
Mas esse é um assunto para outro conteúdo.