Não tínhamos uma esteira, fizemos algo melhor! | O case Philips6 min read

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Dados e feeling: Um case em branded content da Philips e os desafios da comunicação para se reinventar em tempos de pandemia.

Não tínhamos uma esteira, fizemos algo melhor! | O case Philips6 min read
Renan Hamann 11/06/2020 às 10:15 6 mins. de leitura

O título deste artigo pode ter feito você pensar que eu sou um inventor de tecnologias voltadas às academias, mas não tem nada a ver com isso. Dois anos atrás eu trabalhava como editor-chefe no TecMundo, e uma das minhas atribuições era conceber os projetos de branded content — algo que hoje faço para todas as verticais da casa, juntamente com a coordenação dos veículos de brand publishing.

Na metade do ano, recebemos o desafio de criar um conteúdo referente aos novos painéis usados nas telas de televisores da Philips. Mas como falar sobre TV quando quase tudo sobre TV já foi dito? Foi nesse momento que colocamos em prática a união de duas das melhores fontes de informação que um profissional de Comunicação pode ter: dados e feeling.

Análises completas de SEO, tendências de pesquisa e interesses dos consumidores foram feitas por nossa equipe. Na sequência, cruzamos esses dados com os desejos do cliente, com as ideias mirabolantes e com as nossas próprias vontades de criar os melhores conteúdos que aquela marca poderia querer ter associados aos seus produtos.

A evolução das TVs

Foi assim que surgiu a ideia de produzir um material narrando a evolução dos painéis de televisores da Philips — desde os primeiros CRT até hoje. Nota-se aqui algo importante: tínhamos na mão uma marca de tradição no mercado, e isso nos permitia uma imersão muito mais completa nessa narração.

Já era claro que o vídeo ia ser focado na evolução dos televisores, mas ainda não havia uma decisão sobre a captura disso. A ideia gráfica surgiu: precisamos fazer com que o espectador se sinta dentro desse conteúdo. Para tal, decidimos que a exibição do vídeo acompanharia resoluções e elementos característicos de cada geração. Ou seja: ao falar da TV mais antiga, teríamos a exibição com chiados e em preto e branco. Ao passo que a tecnologia se desenvolvesse, tudo acompanharia esse movimento.

E como mostrar essas transições? A primeira ideia aprovada foi: vamos colocar uma esteira gigante aqui, carregando os televisores um a um para marcar a evolução. O problema surgiu quando não encontramos uma esteira como a que gostaríamos de usar e notamos que construir uma estouraria qualquer orçamento. 

Males que vêm para o bem

Dados e feeling são bons, como falei mais acima. E uma equipe que possui feeling unida consegue vencer qualquer desafio. Vendo que não seria possível usar a ideia da esteira, meus colegas Leonardo Rocha e Renan Pagliarusi me trouxeram uma solução bem melhor: em vez de as TVs e a imagem evoluírem, tudo evoluiria junto. E isso inclui cenários, sons e até mesmo o apresentador.

Outra nota importante: esse é o tipo de material que não pode ser produzido se sua equipe não acreditar nele. É preciso que o dono do projeto esteja cercado de pessoas que confiam no conteúdo e se sentem confortáveis para dar pitacos e para receber também. Isso é algo que sempre foi muito importante para mim, e sou muito grato pela equipe que me permite tudo isso. O resultado você pode ver abaixo:

Qualquer marca pode ter um conteúdo incrível

A Philips foi maravilhosa para esse projeto, por contar com um histórico belíssimo e ter em seu portfólio TVs que se adaptam a todos os nossos momentos do conteúdo. Em outro caso, teríamos que adequar a proposta à realidade da marca, mas isso está longe de ser um problema. Qualquer marca pode ter conteúdos de qualidade sendo associados aos seus produtos.

O segredo é saber com quem quer falar. Juntos, conseguimos construir conceitos e ideias que se adaptam ao perfil da marca e comunicam diretamente com os públicos mais assertivamente. Fazemos isso em TecMundo, em Mega Curioso (e em breve quero trazer aqui alguns exemplos de animações patrocinadas que fizemos para o Mega), em Voxel… 

E também fazemos isso no time de Brand Publishing. Entendemos o desejo da marca e construímos estratégias concretas para abordar o assunto que o cliente preferir. Logicamente, nenhuma estratégia é imutável.

Produzindo em tempos de pandemia

Em outro artigo aqui para o blog, eu falei sobre as necessidades de as marcas se mostrarem empáticas durante os períodos de crise. Há momentos do mundo em que tudo muda mais rápido do que a maioria consegue acompanhar e, em comunicação, isso é uma regra de ouro. Com isso em mente, fica fácil entender que tivemos que adaptar estratégias e conteúdos de todos os clientes que estão em nosso portfólio.

Aqui trago a fala de Marina Geronazzo, publisher na NZN: “A produção de conteúdo é um esforço diário. A mídia tem a potência de atingir muitas pessoas e não pode se esquivar dessa realidade. Esse poder é capaz de formar opiniões, influenciar condutas e inclusive pontos de vistas. É importante, então, que haja um maior tempo e cuidado com relação à transmissão de informações, principalmente em tempos de pandemia. Portanto, é preciso não apenas noticiar, mas também criar pautas valorosas para o público”.

Vale dizer, ainda, que o profissional de Comunicação precisa conhecer a história do mundo como poucos mercados exigem. Sim: estudar História é obrigação do profissional de Comunicação, e aqui no time isso é bem evidente. Mas por que essa exigência? De uma maneira bem resumida: porque o profissional de Comunicação precisa ter a empatia (que acabei de mencionar) com seus públicos — e não existe maneira mais simples de construir empatia. 

A História dos povos e a História das ideias (séculos XIX e XX, pelo menos) são os laboratórios perfeitos para a construção de um entendimento mais profundo do que leva as pessoas a tomarem as decisões que elas tomam. Dados são incríveis e ajudam na construção de estratégias com bastante rapidez. Mas a comunicação deve ser orientada por dados, não 100% definida por eles — a menos que estejamos fazendo comunicação para robôs.

Seres humanos possuem uma bagagem histórica (muitas vezes ancestral) e que vai muito além dos cookies de navegação. E se pararmos para pensar: esse estudo também é uma coleta de dados. Se isso já é uma realidade em tempos normais, imagine em um momento em que — literalmente — a Historiografia está sendo construída.